Vocação
regional e design: artes manuais da Região do Médio vale do Itajaí
Regional
vocation and design: handicrafts from the Médio Vale do Itajaí Region
Carolina Pianizzer
Bacharel
em Design de Moda pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) – carolinapianizzer@gmail.com
– http://orcid.org/0000-0001-7595-3509
Luciane Ropelatto
Mestre
em Design pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – lucianerop@hotmail.com
– http://orcid.org/0000-0003-4575-0764
Resumo
Apresenta um estudo
bibliográfico e de campo acerca da temática sobre a vocação regional e o design,
com foco nas artes manuais da região do Médio Vale do Itajaí. Mostra a
realidade inserida no processo criativo utilizado por artesãos da região citada.
Objetiva analisar a dinâmica do
desenvolvimento dos produtos artesanais e dos trabalhos manuais produzidos em
cidades do Médio Vale do Itajaí, a fim de identificar a existência ou a
ausência do processo criativo de design no desenvolvimento dos produtos. O
interesse por esta temática se deu pelo intuito de buscar estudos aprofundados
sobre referências regionais no Brasil, visando a realização de uma ação
investigativa na área de vocações regionais, ainda incipientes. Como resultado,
pôde-se observar a ausência do processo criativo de design no desenvolvimento
dos produtos desses profissionais.
Palavras-chave:
Artesanato - Brasil. Artesões -Brasil. Vocação
regional.
Abstract
It presents a bibliographical and field study about
the thematic on the regional vocation and design, focusing on the manual arts
of the region of the Middle Vale do Itajaí.
It shows the reality inserted in the creative process used by craftsmen of the region cited. It aims to
analyze the dynamics of the development of the hadmade and of the manual works
produced in cities of the Middle Vale of the Itajaí, to identify the existence
or the absence of the creative design process in the development of products.
The interest in this theme was given by intention of seeking in-depth studies
on the regional references in Brazil, aiming to carry out an investigative
action in the area of the regional vocations, still incipient. As a result, it
can be observed the absence of the creative design process in the development
of the products of these professionals.
Keywords: Crafts - Brazil. Craftsmen
- Brazil. Regional vocation.
Recebido em: 09/02/2017
Aceito em: 11/03/2019
O fato de o Brasil ter várias influências étnicas na sua
cultura e de ter ampla fonte de referências e diversificadas inspirações,
permite aos designers fartas possibilidades e a criação de produtos exclusivos.
Além de priorizar pela qualidade, o consumidor está mais exigente e qualificado
e busca por produtos com um diferencial, podendo ser, um fator importante na
decisão de sua compra. Nos produtos brasileiros, esse diferencial pode ser
encontrado como resultado de inspirações regionais, com valorização dos
trabalhos manuais e o artesanato. Por meio deles, impulsionam novas ideias,
conexões e modelos de negócios, além de preservar o patrimônio cultural do
país. A combinação da tradição das práticas artesanais com o design
contemporâneo estabelece nos produtos brasileiros um valor com características
nacionais próprias. De acordo com Moura (2012, p. 3) “o design brasileiro
contemporâneo tem sido marcado e constituído pela fusão dos vários segmentos da
área do design ou pelo rompimento de fronteiras”, isto é, o trabalho de criação
e produção desvinculado dos aspectos tradicionais do design de produto,
gráfico, moda ou joia.
Oferecer
um novo conceito ao artesanato é um dos papéis do design. A parceria e a troca
de informação entre designers e os artesãos tem como benefício a oferta de
produtos artesanais com valores conceituais agregados. De acordo com De Carli et al (2011, p. 431), “o artesanato é
uma das mais tradicionais formas de manifestação cultural, mas, como tudo que
atravessa o tempo, precisa se renovar de alguma maneira”. Uma delas é por meio
do trabalho do designer ao empregar materiais básicos (muitas vezes já
utilizados pelo artesão), observar ícones da cultura local e promover o ofício
em grupo, favorece a união das comunidades, conserva a tradição local e
valoriza seus produtos. Esse profissional também corrobora com o olhar para o
presente e para o mercado, criando parcerias para possibilitar novas ideias e
oportunidades, na qual a consequência se dá no fator econômico – o aumento da
fonte de renda para muitas famílias.
Em
trabalhos ligados às cooperativas, aos grupos de rendeiras e de costureiras,
dá-se a prática de técnicas artesanais, tais como crochê, renda, fuxico,
bordado e trançado, muitas vezes associadas ao emprego de materiais naturais
típicos do país, como alguns tipos de fibras, madeiras e palhas. Nesses locais,
o desenvolvimento do produto é, geralmente, feito pelo profissional com
completo entendimento da técnica. No entanto, nota-se que por vezes o produto é
carente de design criativo. Neste contexto, surgiu a questão norteadora da
pesquisa: como é a relação entre o design e as técnicas de artesanato no
desenvolvimento de produtos realizados por artesãos?
Assim, esse artigo objetiva analisar a dinâmica do desenvolvimento
de produtos artesanais e de trabalhos manuais de moda produzidos em cidades do
Médio Vale do Itajaí, visando a identificação da existência ou da ausência do
processo criativo de design na produção de tais artefatos. Os objetivos específicos centraram-se em
mapear a mão de obra artesanal existente no Médio vale do Itajaí e levantar
dados indicativos sobre o processo criativo utilizado pelos artesãos.
A pesquisa explanada neste artigo teve uma abordagem
qualitativa do tipo exploratória, de natureza aplicada. O estudo iniciou com um
mapeamento, realizado por meio de pesquisas bibliográficas e contato com as
prefeituras dos municípios da região do Médio
Vale do Itajaí. Pelas dificuldades de contato e acesso aos profissionais que
realizam trabalhos manuais e artesanato, a
pesquisa se concentrou nos municípios de Blumenau, Botuverá, Brusque, Gaspar,
Guabiruba, Indaial, Pomerode, Rio dos Cedros e Timbó.
Para conseguir informações dos mesmos, foi necessário entrar
em contato primeiro com as prefeituras e fundações culturais de cada município,
estas passaram os contatos disponíveis em seus bancos de dados. Posteriormente,
realizou-se uma entrevista com perguntas abertas semiestruturadas, por meio de
ligações telefônicas e pessoalmente, com duração aproximada de 20 minutos.
Contou-se com a participação de 23 pessoas, tanto do sexo feminino como
masculino, com idade entre 40 e 70 anos. A pesquisa foi realizada no período de
8 de agosto de 2016 a 16 de setembro de 2016, onde foi possível coletar dados e
levantar opiniões e atitudes referentes aos profissionais. Definiu-se por não
expor a identidade dos entrevistados, optando por intitulá-los com legendas
(letras A a U). Os resultados foram organizados em um quadro e inferidos com os
conceitos sobre processo criativo definidos pelos autores Ambrose e Harris
(2011) e Mozota, Klöpsch e Costa (2011).
Segundo
Krucken (2009), o design é cada vez mais aceito como uma das ferramentas para a
valorização de produtos locais, por proporcionar a preservação de identidades e
culturas regionais. O Brasil cresce nesse ramo por ser um país rico em
biodiversidade e cultura. Essa riqueza
[...] constitui a
base para o desenvolvimento de produtos fortemente ligados à origem e à
comunidade local. No entanto, muitas vezes os recursos existentes não são
explorados de forma sustentável (econômica, social e ambientalmente) e não
geram riqueza e melhoria na qualidade de vida da comunidade local, assim como,
de modo mais abrangente, em nível nacional (KRUCKEN, 2009, p. 22).
De
acordo com Braga e Nunes (2006, p. 43), “cabe a nós mesmos, brasileiros, nos
valorizarmos em primeiro lugar, para que outros povos nos valorizem” e, para
tanto, é preciso encontrar um caminho de autenticidade e identidade própria,
onde os criadores possam ter o real reconhecimento de produzir um produto
inteiramente nacional. Para os autores, no Brasil há ricas referências e, nele,
há como buscar inspirações além dos símbolos considerados “tradicionais”, por
meio de pesquisas em elementos da música, da literatura, da religiosidade, das
regiões. Assim, afirmam que precisamos
Ir além da aparência verde-amarela e encontrarmos uma
identidade para o design brasileiro de moda, resgatando tradições e valorizando
a criatividade com o “ar dos tempos”, para sermos reconhecidos com muito mais
profundidade e solidez do que somente pela combinação das cores (BRAGA; NUNES,
2006, p. 43).
Para
fugir de elementos caricatos, um dos movimentos mais vistos atualmente é união
da tradição das técnicas manuais com o design contemporâneo. O movimento, que
representa a cultura e história de uma determinada região, é a inspiração e
aplicação de técnicas a partir de artes manuais como forma de marcar a
brasilidade, assumindo assim o valor e representação da identidade nacional
(BRAGA; NUNES, 2006).
Para
Weber (1967), quando se fala de um determinado território a partir de sua
“especialização” ou pelo seu “polo” econômico, na maioria das vezes se encontra
nesse território união com uma determinada “vocação”. Esta vocação regional se
apresenta em locais com predomínio de determinada atividade, tanto de ordem
natural quanto de ordem cultural da região. Deste modo, Florit (2009) salienta
que um componente significativo é a questão da vocação do trabalho com uma
ligação divina. Embora a ideia de vocação regional seja de que uma região é especialista
em uma determinada atividade por motivos culturais do seu território, por fim existem
são construções sociais, políticas e históricas.
De
acordo com o IBGE (2013a) são muitos os contrastes geográficos, históricos e
culturais formadores da cultura no estado de Santa Catarina. No
contexto da pesquisa aqui relatada, o Vale do Itajaí é uma das seis
mesorregiões brasileiras desse estado. Compreende uma área de 13.003,018 km²,
sendo uma mesorregião composta por 54 municípios agrupados em quatro microrregiões.
Como microrregiões estão agrupados os municípios que apresentam, entre si,
similaridades econômicas e sociais. “Compreende-se 4 microrregiões:
Microrregião de Blumenau, Microrregião de Itajaí, Microrregião de Ituporanga e
Microrregião de Rio do Sul” (IBGE, 2013a). A microrregião de Blumenau abrange
os municípios de Apiúna, Ascurra, Benedito Novo, Blumenau, Botuverá, Brusque,
Doutor Pedrinho, Gaspar, Guabiruba, Indaial, Pomerode, Rio dos Cedros e Timbó,
situados no Médio Vale do Itajaí, totalizando uma área de 4.754 km² com uma
população de 677.553 habitantes.
No
estado de Santa Catarina as operações de vocações regionais são diversas. Na
região do Médio Vale do Itajaí há o predomínio da vocação para a área têxtil,
logo as atividades econômicas e profissionais tendem a se concentrar nesse
ramo. Atividades como o artesanato e trabalhos manuais são fortes influências
em todos os municípios da região, onde a vocação se apoia, em grande parte, nas
características naturais, históricas e culturais do território (IBGE, 2013b).
A Portaria nº 29, de 05 de
outubro de 2010 da Secretaria do Comércio e Serviços do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (BRASIL, 2010, p.100), nos
Artigo números 4 e 6, apresenta os seguintes conceitos:
ARTESANATO
- Artesanato compreende toda a produção resultante da transformação de
matérias-primas, com predominância manual, por indivíduo que detenha o domínio
integral de uma ou mais técnicas, aliando criatividade, habilidade e valor
cultural (possui valor simbólico e identidade cultural), podendo no processo de
sua atividade ocorrer o auxílio limitado de máquinas, ferramentas, artefatos e
utensílios.
[...]
TRABALHOS
MANUAIS - Apesar de exigir destreza e habilidade, a matéria-prima não passa por
transformação. Em geral são utilizados moldes pré-definidos e materiais
industrializados. As técnicas são aprendidas em cursos rápidos oferecidos por
entidades assistenciais.
A
Portaria n.1.007-SEI, de 11 de junho de 2018 no Art. 19 do Ministério
da Indústria, Comércio Exterior e Serviços da Secretaria Especial da Micro e
Pequena Empresa (BRASIL, 2018) traz o
conceito da Atividade Artesanal: “Artesanato é toda produção resultante da
transformação de matérias-primas em estado natural ou manufaturada, através do emprego de técnicas de produção
artesanal, que expresse criatividade, identidade cultural, habilidade e
qualidade” e entende as definições nos
parágrafos §1º. ao §5º. No parágrafo § 6º nos incisos I ao VII, há
definições do que não é considerado artesanato - semelhantes aos conceitos
definidos como “Trabalhos Manuais” da Portaria n. 29.
Ou
seja, o artesanato é uma atividade produtiva provinda do próprio trabalho do
artesão, por meio do qual há a transformação da matéria prima, a qual resulta
num produto com características culturais. Já o trabalho manual terá um produto
obtido como resultado de uma atividade feita à mão, porém podendo ser concebido
pelo auxílio de máquinas simples, não precisando ter transformação da matéria
prima nem características culturais específicas. Hoje, o artesanato e os trabalhos manuais voltaram a
ter notoriedade e importância.
Valorizando
o produto da região, a consequência é o aumento do fator econômico – fonte de
renda para muitas famílias. Conforme Pesquisa de informações básicas
municipais, realizada pelo IBGE (2015), entre as atividades artísticas, somente
o artesanato se encontrava presente em 78,6% das cidades brasileiras. Em 2006,
esse percentual apresentava-se em 64,3%. Os dados refletem a importância deste
trabalho na geração da renda brasileira. Como
comenta Souza e Queiroz (2015, p. 2):
[...] os produtos realizados por técnicas manuais são
reconhecidos e despertam o interesse do Estado, que promove planos de
desenvolvimento econômico para resgatar e dar continuidade a esse aspecto da
cultura. Planos que visam fortalecer a cultura popular e preservá-la,
desenvolver meios de comercializá-la e formas de melhorar a qualidade de vida
nas comunidades, gerando emprego e renda.
No entanto, Porto Alegre (1994
apud SOUZA; QUEIROZ, 2015, p. 2) afirma que seria fundamental “existir uma expansão de um marketing cultural do lazer e
turismo que alavanca a produção e venda desses produtos típicos ou regionais,
assim, o resultado dessas políticas públicas contribui para o fortalecimento da
identidade regional”.
Porém, há muito a ser melhorado, necessitando de incentivos
governamentais para o aperfeiçoamento e a propagação dessa mão de obra e dos
produtos por ela desenvolvidos. No contexto apresentado, o papel do designer é
muito importante, pois ele pode criar um elo entre as necessidades do mercado e
o conhecimento das técnicas profissionais. Silva (2011, p. 171) reforça esta
afirmação ao dizer que,
[...] estratégias e métodos adotados para a adequação dos
produtos manuais, às exigências de mercado são aplicados pelos designers que
trabalham diretamente com as associações. É o designer que vai estar em contato
constante com a artesã para, assim, trabalhar o artesanato a fim de que este
atenda às expectativas da sociedade de consumo.
Aos
designers interessados, cabe preservar a cultura, buscar compreender mais sobre
os meios, pensando sempre no que se é capaz de fazer dentro das técnicas e com
as matérias-primas. Também pensar na capacidade da comunidade, em como se pode
ajudar nesse trabalho. Esse tipo de abordagem pode ser por meio de diálogos, já
que ambas as partes podem complementar o conhecimento uma da outra.
De acordo com Potter (1980,
p. 55, tradução nossa), encontram-se diversas definições de design, a principal
e mais usada é a que se trata de uma atividade que confere “forma e ordem para
atividades cotidianas”. Desse modo, é uma atividade a qual envolve diversas e
diferentes profissões, englobando o desenvolvimento de produtos, serviços,
sistemas gráficos, interiores e arquitetura. O desenvolvimento do design compreende
muita criatividade direcionada pelo processo. Assim, a criatividade é voltada
para a produção de um produto prático e viável, resultado da solução para um
problema.
O processo de design busca
gerar ideias possíveis com uso de variadas técnicas que estimulem o designer a
pensar e buscar por soluções criativas e inovadoras. Para Mozota, Klöpsch e
Costa (2011), este processo criativo está relacionado a cinco etapas, onde cada
uma delas tem um objetivo diferente e visa gerar resultados visuais elaborados.
Inicia-se o processo na etapa 0, ou etapa preliminar, que é a de Investigação, ou seja, a fase onde a
oportunidade ou a necessidade é identificada, na qual começam a surgir ideias e
quando se observa que esta necessidade pode ser convertida em um conceito de
design. A etapa de número 1, chamada de Pesquisa,
ocorre quando o designer analisa o briefing,
identificando o problema e o objetivo do projeto. Nesse momento, além de
avaliar a oportunidade e a importância do projeto para a empresa, são feitas
perguntas diversas para assimilar os dados e a decisão que levou a empresa a
lançar o projeto.
A etapa de número 2,
chamada de Exploração, dá-se após
compreender o problema. O designer com seus recursos criativos começa a fazer
esboços de diferentes formas possíveis, as quais o projeto pode adquirir. A
etapa de número 3, denominada Desenvolvimento,
ocorre quando são apresentados os desenhos técnicos e as soluções escolhidas em
três dimensões (3D). Os esboços em tamanho real possibilitam ao designer verificar
se há restrições técnicas para a montagem do produto. Na etapa de número 4, a Realização, são feitos os testes e a
confecção do protótipo para o projeto. Nessa etapa, o designer cria documentos para
definir quais serão os materiais utilizados, a cor e o tratamento de
superfície. A etapa 5, chamada Avaliações,
envolve os controles técnicos, os testes de cálculo e a avaliação de mercado. Nessa
etapa, o cliente pode pedir que o designer faça ilustrações, vistas do produto
e documentos de comunicações.
Outros autores que tratam
sobre processo de design e têm uma visão distinta sobre as etapas são Ambrose e
Harris (2011). Para eles, o processo de design é dividido em 7 etapas, nas
quais primeiro deve-se definir o problema e o público-alvo, ou seja, determinar
o necessário para o projeto ser bem-sucedido. A segunda etapa, de pesquisa,
analisa o histórico do problema, realiza levantamentos com usuários finais e
identifica possíveis obstáculos. A etapa de número 3, envolve as gerações de
ideias, a partir das necessidades do consumidor final. A próxima etapa engloba
os testes de protótipos, que tratam do desenvolvimento das ideias propostas
anteriormente. A etapa de seleção trata das soluções analisadas em relação ao
objetivo do briefing. A etapa de
implementação foca no desenvolvimento e na entrega final à empresa. A etapa
final de aprendizado auxilia os designers a aprimorar o desempenho, procurando
obter os feedbacks do cliente e do
público, analisando se a solução proposta atingiu os objetivos iniciais.
Observando os conceitos de
processo de design, tanto apresentados por Mozota, Klöpsch e Costa (2011),
quanto por Ambrose e Harris (2011), pode-se entender que ele consiste no
mapeamento da visão e dos processos inseridos na vida dos indivíduos e visa
obter um espectro completo sobre a solução de determinados problemas. Desta
maneira, é possível identificar melhor as barreiras e, assim, gerar
alternativas que sejam viáveis. Não parte de argumentos aleatórios, mas de
levantamentos reais das necessidades do consumidor. Ao estabelecer um processo
de design que defina objetivos claros, o designer pode analisar resultados e
verificar o que poderá ser feito para chegar a resultados futuros, o que seria
algo mais difícil de concretizar sem a utilização de um processo.
Visando observar como os
profissionais do artesanato e dos trabalhos manuais desenvolvem seus produtos
e, assim, verificar se o design está presente nesse processo, a pesquisa
iniciou com o mapeamento da região do Médio Vale do Itajaí. Nas regiões
pesquisadas, notou-se que os artesões praticam mais do que uma técnica, sendo
que alguns trabalhos se destacaram em certas regiões como: em Pomerode e em
Botuverá as técnicas predominantes são as pinturas típicas da região; em
Brusque e Guabiruba o patchwork e as
bonecas de pano tem mais força; em Rio dos Cedros destaca-se a técnica do vime;
em Gaspar, Timbó, Rodeio e Indaial é predominante a técnica do crochê e tricô;
já em Blumenau os bordados ganham destaque.
Na etapa das entrevistas,
um grande ‘dificultador’ foi contar com a participação de sujeitos na pesquisa,
devido à disponibilidade e distância. Contou-se com a boa vontade e colaboração
de 23 pessoas e para evitar a exposição, suas identidades foram mantidas em
sigilo. Cada entrevista foi iniciada com as devidas apresentações, seguidas
pela descrição das características da pesquisa, deixando claro ao entrevistado,
o interesse e finalidade da investigação. Cada entrevista durou aproximadamente
de 20 minutos e a compilação dos dados completos das entrevistas encontra-se no
Quadro 1.
A busca pelo artesanato e
pelo trabalho manual veio, principalmente, pelo próprio interesse de poder
adquirir uma fonte de renda alternativa. Para se manter em constante
aprendizado, muitos procuram por cursos na sua área e até mesmo buscam conhecer
novas técnicas, a fim de levar diferenciação aos seus produtos. A profissão é
uma extensão do que é considerado como a vocação da região. Observou-se que a
grande maioria dos profissionais praticam e possuem o conhecimento de mais de
uma técnica, conseguindo produzir muitos produtos, desde bolsas, toalhas,
colchas, quadros, artefatos de decoração, dentre outros.
Quando lhes foi perguntado como buscam
inspirações para realizar seus trabalhos, cerca de 80% dos entrevistados
comentaram que utilizam da internet e
revistas. Contudo, destacaram que não fazem uma cópia fiel do que é visto,
sempre modificam algo e dão seu toque particular. Alguns citaram que também se
inspiram na própria cultura da região e na natureza. Apenas o entrevistado “S”
comentou que busca muito de suas ideias a partir da mídia, acreditando que o
artesanato não é apenas “o fuxico do interior”.
Dentre tantos diferenciais
que este trabalho pode agregar a um produto estão a qualidade, o acabamento e a
exclusividade. O entrevistado “P” comentou que uma das principais
características do artesanato é ter no artefato algo de quem o elaborou, mas,
nos dias de hoje, existem diversos tipos de trabalhos em que se podem observar
artesãos produzindo quase em escala. O entrevistado acredita faltar um pouco
mais da identidade da pessoa no trabalho feito por ela. Ainda, quando indagado
se o entrevistado concorda que o produto teria de ser algo mais exclusivo, o
mesmo confirma que sim. Para ele, o artesão irá colocar uma característica sua
naquele determinado trabalho. Completa que, muitos estão realizando artesanato
apenas por meio de cópias de revistas, ficando tudo massificado, igual.
Uma ideia contrária do
entrevistado “P” é a dos entrevistados “B” e “D”. Citam, como uma dificuldade,
não poderem reproduzir peças em quantidades e variedades de cores e tamanhos.
Outra dificuldade expressa nas entrevistas foi a falta de profissionais
capacitados. Conforme o entrevistado “I”, os artesões não qualificados produzem
com preços baixos, gerando produtos sem acabamento, sem qualidade de materiais
e apenas reproduzindo cópias, o que torna cada vez mais difícil a valorização
de um bom trabalho artesanal.
A desvalorização foi um
item ressaltado nas entrevistas. Para o entrevistado “R”, o consumidor não sabe
dar valor ao artesanato, o artesão investe dinheiro e tempo a fim de fazer uma
peça boa e muitas vezes leva um dia inteiro ou mais para efetivar o produto,
tendo custo alto e as pessoas nem sempre dão o devido valor que aquele produto
realmente merece. Assim, dificilmente o artesão é recompensado pelo seu
trabalho.
Ainda, os entrevistados “F”
e “K” afirmam que os consumidores não possuem a cultura do artesanato, não
entendem o conceito da arte, a história do produto, o tempo investido da sua
produção e o material de qualidade que foi utilizado, por isso não o valorizam.
Quando se deparam com o preço, ‘acham absurdo’, pensam que poderia ser comprado
no “1,99”. O entrevistado “T” afirma que a dificuldade se encontra
especialmente no preço, pois coloca-se um determinado valor maior pelo acabamento
empregado, ou seja, por ser um produto melhor. Porém, alguns artesãos dizem
fazer o mesmo pela metade do preço. Há, então, muitos consumidores que não
entendem e acabam optando pelo mais barato, sem observar, por exemplo, a
escolha do tecido, a combinação de cores, o detalhe ou o acabamento.
Desse modo, pôde-se
observar que muitos profissionais ainda não trabalham integralmente com o
artesanato como única fonte de renda devido a esta desvalorização. O
entrevistado “F” comentou que o artesanato não lhe dá o merecido retorno. Os
entrevistados “Q” e “U” comentaram a falta de apoio de prefeituras e governo. O
entrevistado “U” enfatizou que a prefeitura oferece professores de artesanato
para dar aulas nos bairros, porém a própria prefeitura não disponibiliza
materiais como tecidos ou moldes. Ainda comentou que a prefeitura providencia
feiras para a venda e amostra deste tipo de trabalho, mas o espaço é pequeno e
não há divulgação do evento. Para ele, essa questão mostra a falta de interesse
da prefeitura, que poderia procurar entender mais sobre as técnicas e de que
maneira seria apropriado oferecer os cursos, além de ofertar um local adequado
para a venda dos produtos.
Mesmo com todas as
dificuldades e a desvalorização citadas, notou-se a emoção na fala de todos os
entrevistados, a paixão pelo que fazem. Ficou evidenciado que não realizam seus
trabalhos apenas pelo aspecto econômico e financeiro, mas também pela
gratificação e pelo prazer de poder atuar no mercado com um produto próprio, de
qualidade e exclusividade.
Entrevistados |
Região |
Técnicas |
Cursos |
Aquisição de matéria prima |
Ideias |
Produtos |
Estilo próprio |
Diferencial |
Objetivo |
Venda |
Desafios e dificuldades |
"A" |
Blumenau |
Patchwork |
Sim |
Lojas |
Necessi-dade, internet, natureza, pontos turísticos |
Bolsas, carteiras, mochilas, jogo americano, nécessaires |
Sim |
Qualidade |
Auxilia na renda |
Facebook, amigos e mercado livre |
Valorização, reconhecimento |
"B" |
Blumenau |
Bordado, crochê, tricô e pintura |
Sim |
Lojas e outros profissio- nais |
Necessi- dade |
Roupa, bolsa, toalha, nécessaire, porta biju, penais, lancheiras |
Sim |
Qualidade e acabamento |
Renda |
Feiras |
Produzir em quantidade |
"C" |
Blumenau |
Pintura |
Sim |
Lojas |
Internet |
Bonecas,
coelhos, bolsas, Noel, placas para lavabo, porta chaves |
Sim |
História da peça |
Renda |
Loja na Vila Germânica |
Não possui |
"D" |
Blumenau |
Bordado |
Sim |
Lojas |
Ideia própria |
Produtos para cozinha, decoração, mantas, almofadas |
Sim |
História da peça |
Renda |
Feiras e loja na Vila Germânica |
Produzir em quantidade, variedades de cores e tamanhos |
"E" |
Botuverá |
Crochê, tricô, bordado |
Não |
Viés, recolhe o que iria ser jogado no lixo |
Ideias próprias |
Puxa saco, toalhas, roupas, capas para bebedor de água |
Não |
X |
Passa- tempo |
Não vende |
Valorização |
"F" |
Botuverá |
Pintura em quadros |
Não |
Lojas |
Natureza, a partir de uma imagem |
Quadros |
Não |
X |
Passa- tempo |
Não vende |
Povo não tem cultura sobre artesanato, não valorização |
"G" |
Gaspar |
Tricô e crochê |
Não |
Lojas |
Internet e ideias próprias |
Roupas, bolsas, toalhas |
Sim |
Produto feito à mão, qualidade |
Renda |
Feira e boca a boca |
Valorização |
"H" |
Indaial |
Tricô, crochê, bordado, pintura |
Sim |
Loja |
Revista, internet, ideias próprias |
Panos de prato, toalhas de banho, roupas em tricô para
recém-nascidos, crochê. Bordados, echarpes, gorros, meias, polainas, roupas
de cama, mantas, decorações. |
Sim |
História |
Auxilia na renda |
Feiras e boca a boca |
Acredita que não possui desafio |
"I" |
Pomerode |
Pintura country e bauernn- malerei em madeira (pintura campestre alemã) |
Sim |
Loja |
Ideias próprias |
Coelhos de pascoa, placa de jardim, moveis, portas, batedor de
manteiga, bancos |
Sim |
Peças únicas e exclusivas |
Renda |
Boca a boca e lojas pela cidade |
Competitividade, não possui profissionais qualificados |
"J" |
Pomerode |
Pintura em tecido e madeira |
Sim |
Lojas e reutiliza materiais |
Se inspira na cultura da região e paisagens |
Roupa, bolsa, toalhas, pano de prato, pinturas em caixas para
decoração |
Sim, possui brasão perso- nalizado |
X |
Renda |
Expõe o trabalho em lojas da cidade |
Falta de material, acredita que não possui desvalorização |
"K" |
Pomerode |
Pintura |
Sim |
Lojas |
Na terra, homem, paisagem, a partir de uma imagem |
Escultura
e quadros |
Sim, impres- sionista |
Produtos únicos |
Renda |
No seu próprio atelier |
Valorização, consumidor não entende o conceito da arte |
"L" |
Rio dos cedros |
Vime |
Não |
Lojas |
Necessi- dade e revistas |
Móveis, baú, cesteira |
Não |
Qualidade |
Renda |
Possui loja própria |
Crise |
"M" |
Rodeio |
Patchwork e tricô |
Sim |
Lojas |
Revista, internet e feiras |
Patchwork tradicional
(bonecos, toalhas de rosto e lavabo, trilhos de mesa e balcão, nécessaire,
bolsas, lixeirinha de carro, capa galão de água e outros) tricô (cachecóis, polainas, luvas, meias, golas). |
Sim |
Trabalhos únicos |
Auxilio na renda |
Feiras, Facebook, boca a boca |
Valorização e entendimento do consumidor na hora do preço |
"N" |
Timbó |
Crochê, pintura, tricô e bordados |
Sim |
Loja |
Revistas e ideias próprias |
Bolsa, toalhas |
Não |
X |
Renda |
Feira |
Valorização |
"O" |
Timbó |
Patchwork |
Sim |
Loja |
Revistas e ideias próprias |
Toalha, capa de almofada, kit cozinha, colcha |
Não |
Exclusividade |
Renda |
Apenas por encomenda |
Valorização e entendimento do consumidor |
"P" |
Brusque |
Patchwork |
Sim |
Lojas |
Revistas importadas, ideias próprias |
Colchas, toalhas, decoração, almofada |
Sim |
Poder passar ao produto sua identidade e a qualidade |
Renda |
Encomen-das |
Valorização, profissionais capacitados e produção em quantidade |
"Q" |
Brusque |
Luminárias rústicas feita com canoa do cacho do coqueiro |
Não |
Da natureza |
Na própria natureza |
Luminárias |
Sim |
Diferente e inovador |
Auxilia na renda |
Feiras, encomen- das, Facebook |
Falta de incentivo do governo federal, estadual e municipal |
"R" |
Brusque |
Bonecas |
Sim |
Lojas |
Revistas e internet |
Bonecas
de pano, almofadas, bichinhos |
Sim |
Qualidade, exclusividade |
Renda |
Boca a boca e encomen-das |
Valorização |
"S" |
Brusque |
Patchwork, madeira |
Sim |
Lojas |
Mídia e tendências |
Almofadas, caixas de madeiras, decoração, bolsas, roupas |
Sim |
Qualidade, peça única, colocar sua identidade no produto |
Renda |
Facebook, boca a boca e encomen-das |
Valorização, entendimento do consumidor, profissionais
capacitados |
"T" |
Brusque |
Patchwork, madeira, bonecas, bordado |
Sim |
Lojas |
Internet, revista |
Bonecas, bolsas, toalhas |
Sim |
Exclusividade, personalizado |
Auxilia na renda |
Facebook e boca a boca |
Valorização, concorrência de preço, profissionais capacitados |
"U" |
Brusque |
Tricô, crochê, bordado, bonecas, pintura |
Sim |
Utiliza de reciclados e lojas |
Internet, próprias ideias, revista |
Bonecas, colchas, bolsas, almofadas, decorações, roupas, tiara
de cabelo |
Sim |
Qualidade, exclusividade |
Renda |
Boca a boca, encomen-das e Facebook |
Valorização, entendimento do consumidor |
Fonte: elaborado pela autora Pianizzer (2016).
Os autores Mozota, Klöpsch
e Costa (2011) e Ambrose e Harris (2011) tratam os conceitos do processo de
design com etapas similares. Iniciam o projeto com a definição de um problema,
para posteriormente fazer uma pesquisa e adquirir informações sobre o histórico
do problema. Na terceira etapa, são geradas as ideias ou os esboços e na quarta
etapa, ocorre o desenvolvimento do projeto. Com o projeto já desenvolvido, na
quinta etapa dá-se a realização dos testes e analisam-se as soluções
propostas. As fases propostas por
Mozota, Klöpsch e Costa (2011) encerram-se na sexta etapa, quando o produto é
fabricado e entregue para o cliente. Para Ambrose e Harris (2011), ainda resta
uma etapa, mas não menos importante, a que chamam de aprendizado, onde os
designers buscam o feedback de seus
clientes a fim de ajudá-los a aprimorar o desempenho.
A partir dos conceitos
observados destes autores, pôde-se constatar por meio das entrevistas, ausência
de etapas do processo criativo. Os projetos desenvolvidos pelos profissionais
entrevistados iniciam por ideias encontradas em pesquisas realizadas nos meios
virtuais e revistas, fazendo produtos de resultado similar ao que pesquisaram.
Como não procuram entender seu público, não há a definição de um problema ou
uma necessidade, logicamente desconhecem a melhor forma para solucioná-lo.
Pôde-se observar também que não realizam gerações de alternativas, esboços dos
projetos ou protótipos. Os profissionais partem da ideia já para a realização
final do produto. Não desenvolvem, ainda, testes de combinações de cores ou
testes de usabilidade. Em vista disso, percebeu-se que os profissionais não
compreendem que, utilizando processos de design em seu trabalho, pode-se criar
soluções mais criativas e, portanto, diminuir o risco de um produto não ficar
satisfatório. Ficou evidenciado o desconhecimento da contribuição do design
quanto à melhoria dos produtos.
Entende-se a carência de
informação sobre os processos criativos e o design ocorrida devido à falta de
formação profissional dos mesmos. Logo, o design é uma peça importante no
trabalho desses profissionais, que apenas necessitam de um apoio para
compreender como o design possui capacidade para contribuir com o
desenvolvimento desse tipo de trabalho, por possibilitar a aplicação de
elementos para a qualificação e valorização do produto frente ao mercado, sem
comprometer as características das técnicas, as quais devem ser preservadas.
A pesquisa teve o intuito de mapear a região do Médio Vale
do Itajaí em busca de profissionais da área do artesanato e trabalhos manuais, para
entender quem eram estes profissionais, quais materiais utilizavam, como
surgiam suas ideias e como era o processo criativo do seu produto. Ainda, se
questionar em qual momento o design é levado em consideração, ou não, por esses
profissionais. Buscou-se saber se este trabalho, segundo os profissionais, é
valorizado e quais são os seus maiores desafios e dificuldades em atuar nesta
área. Assim, pôde ser observada a importância da inclusão do design criativo
como uma solução para melhoria no desenvolvimento desses produtos.
Nas entrevistas realizadas na região do Médio Vale do
Itajaí, ficou evidenciado que os profissionais prezam pelo que fazem, mesmo
que, segundo eles, este trabalho não seja devidamente valorizado e reconhecido
pelo consumidor. Notou-se, na fala dos entrevistados, a falta do apoio de
prefeituras e governos com incentivos para o tipo de trabalho desenvolvido e
capacitação dos profissionais para a qualificação na área. Quando se trata de
design, ficou evidente o desconhecimento dos profissionais quanto à sua
contribuição para melhoria de seus produtos. Desse modo, existem possibilidades
a serem criadas e desenvolvidas envolvendo educação, design, tecnologia e
trabalhos manuais. Esses produtos representam o trabalho de uma longa jornada e
envolvem diversos recursos, tais quais a biodiversidade, os costumes e o modo
de fazer tradicional.
Entender a qualidade desses produtos originais, ricos em
cultura e significado, e conseguir compartilhá-los com a sociedade, que na
maioria das vezes não reconhece o contexto de origem e a história do produto, é
uma tarefa difícil, a qual requer sensibilidade e responsabilidade.
Com a globalização, o maior desafio e papel principal de
contribuição do design para impulsionar os produtos de território e valorizar o
patrimônio cultural, é identificar e compreender os valores e qualidades
locais, captando seu modo de produção e seus significados. Em busca de incentivar a economia local,
valorizando e promovendo essa mão-de-obra de modo a gerar parcerias com
criadores e trazer benefícios à comunidade, parece ser o caminho para, no
futuro, ser proporcionado o conhecimento em torno novas possibilidades a fim de
irão motivar outros grupos e associações a investirem no potencial da
comunidade.
AMBROSE, Gavin; HARRIS, Paul. Design Thinking: s.m. ação
ou prática de pensar o design. Porto Alegre: Bookman, 2011.
BRAGA, João; NUNES, Mônica. Reflexões sobre moda. 3. ed. rev.
São Paulo: Anhembi Morumbi, 2006. 4 v.
BRASIL.
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Secretaria de Comércio e Serviços. Portaria
n° 29, de 05 de outubro de 2010.
Torna pública a base conceitual do artesanato brasileiro para padronizar e
estabelecer os parâmetros de atuação do Programa do Artesanato Brasileiro - PAB
em todo o território nacional. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF,
n. 192, p. 100-102, 06 out. 2010. Disponível em: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=06/10/2010&jornal=1&pagina=100&totalArquivos=152.
Acesso em: 15 jul. 2019.
BRASIL. Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Secretaria Especial da Micro
e Pequena Empresa. Portaria n° 1.007-sei, de 11 de junho de 2018.
Institui o Programa do Artesanato Brasileiro,
cria a Comissão Nacional do Artesanato e dispõe sobre a base conceitual do
artesanato brasileiro. Diário Oficial da
União: seção 1, Brasília, DF, n. 147, p. 34. 01 ago. 2018.
Disponível em: http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/34932949/do1-2018-08-01-portaria-n-1-007-sei-de-11-de-junho-de-2018-34932930.
Acesso em: 22.07.2019
DE CARLI, Ana Mery Sehbe et al. Design e
artesanato: novidade e tradição, um diálogo possível. Revista Design, Inovação e Gestão Estratégica, Caxias do Sul, v. 2,
n. 2, p. 430-444, 2011.
FLORIT,
Luciano Félix. A natureza do político e
a política na natureza: notas sobre as implicações políticas da construção
social da natureza e das chamadas vocações regionais. Cadernos IPPUR/UFRJ, 2009.
No prelo.
IBGE.
Perfil dos estados e dos municípios brasileiros: cultura: 2014. Rio de
janeiro: IBGE, 2015. Disponível em:
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv95013.pdf. Acesso em: 15
jul. 2019.
IBGE.
Atlas do censo demográfico 2010. Rio
de Janeiro: IBGE, 2013a. Disponível em:
https://censo2010.ibge.gov.br/apps/atlas/. Acesso em: 15 jul. 2019.
IBGE.
Sistema de informações e indicadores
culturais: 2007-2010. Rio de Janeiro, IBGE: 2013b. (Estudos e pesquisas:
informação demográfica e socioeconômica, n. 31).
KRUCKEN,
Lia. Design e território:
valorização de identidades e produtos locais. São Paulo: Studio Nobel, 2009.
MOZOTA, Brigitte Borja de; KLÖPSCH,
Cássia; COSTA, Filipe Campelo Xavier da. Gestão do design: usando o design para construir valor de
marca e inovação corporativa. Porto Alegre: Bookman, 2011.
MOURA, Mônica. O contemporâneo
no Design brasileiro: reflexão sobre objetos. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE DESEÑO, 1., 2012, Córdoba. Anais [...]. Córdoba: CIDI, 2012. p.
1-6. Disponível em: https://www.academia.edu/4577176/O_Contempor%C3%A2neo_no_Design_Brasileiro.
Acesso em: 15 jul. 2019.
POTTER, Norman. What is a designer?:
things, places, messages. London:
Hyphen Press. 1980.
SILVA,
Emanuelle Kelly Ribeiro da. Quando a
cultura entra na moda: mercantilização do artesanato e suas repercussões no
cotidiano de bordadeiras de Maranguape. Fortaleza: Edições UFC, 2011.
SOUZA,
Kássia; QUEIROZ, Cyntia. Moda, design e
artesanato. In: COLÓQUIO DE MODA, 11., 2015, Curitiba.
Anais [...]. Curitiba: ABEPEM, 2015. p.
1-8. Disponível em:
http://www.coloquiomoda.com.br/anais/anais/11-Coloquio deModa_2015/COMUNICACAO-ORAL/CO-EIXO3-CULTURA/CO-3-MODA-DESIGN-E-ARTESANATO.pdf.
Acesso
em: 15 jul. 2019.
WEBER,
Max. A ética protestante e o espírito do
capitalismo. São Paulo: Livraria Pioneira, 1967.