Sobre Arquivo e Montagem em Frans Post

Autores

  • Rosangela Cherem UDESC

Resumo

RESUMO: Considerando arquivo e montagem como uma recusa ao mito da originalidade e do avanço da arte contemporânea, trata-se de abordar a obra tanto como parte da clausura do tempo, uma vez que é num determinado enquadramento histórico que ela nasce, como escapatória, uma vez que na sua potência singular pode alcançar outras temporalidades. Tal entendimento exemplifica-se em Frans Janszoon Post, primeiro artista a documentar as terras coloniais, através da pintura in loco e seguir pintando o tema da paisagem brasileira por toda a vida. Aos 24 anos integrou a comitiva do governo holandes no Brasil, encarregado de registrar com fidelidade a topografia, a arquitetura militar e civil, além das cenas com diferentes grupos humanos. Assimilando e processando um repertório paisagístico setentrional, produziu uma abordagem singular, primeiro com o frescor da emoção direta, depois através de aspectos da imaginação onírica e de memória, destacando elementos exóticos da fauna e flora tropical. Tanto na proximidade espacial como na distância temporal, seu gesto implica o uso de um arsenal imagético constantemente reconfigurado. Contemplando em cada trabalho, os vestígios dos arquivos materiais e conceituais, subjetivos e alhures, articulados e constantemente reelaborados, construiu um pensamento pictórico movente, através das formas geográficas e vegetais, humanas e animais que se repetiram e permaneceram, ainda que constantemente alteradas. 

Palavras-Chave: Frans Post, arquivo, montagem.

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Publicado

2013-09-23

Edição

Seção

Dossiê