Ensino de arte e saúde mental
propostas, experiências e direcionamentos a partir dos ateliês psiquiátricos.
DOI:
https://doi.org/10.5965/198431782122025007Palavras-chave:
Ensino de Arte., Saúde Mental, Osório César, Nise da Silveira, Reforma PsiquiátricaResumo
Este artigo investiga a inserção e o ensino da arte em contextos de cuidado à saúde mental. Para isso, revisita e problematiza experiências pioneiras de práticas artísticas em ateliês psiquiátricos do século XX, com destaque para as iniciativas conduzidas pelos psiquiatras Osório César, em São Paulo, e Nise da Silveira, no Rio de Janeiro. O estudo baseia-se em pesquisa bibliográfica de caráter qualitativo, com foco na análise crítica dessas experiências e de suas repercussões contemporâneas. A partir desse levantamento, são inventariados e articulados direcionamentos que fundamentam a inclusão da arte nas Oficinas Terapêuticas, espaços que possibilitam a atuação de artistas e arte-educadores nas políticas públicas de saúde mental. Como principais indicações educacionais extraídas da pesquisa, ressaltam-se: a valorização de produções artísticas que considerem os elementos biográficos e simbólicos do sujeito; a articulação entre instrumentalização técnica e processo expressivo; a construção de um ambiente acolhedor e afetivo; a leitura compreensiva da obra associada à elaboração estética; e a integração do fazer artístico à vida cultural da comunidade. Conclui-se que o uso da arte na saúde mental contribui para a recuperação tanto da identidade pessoal quanto de um lugar social, superando a lógica de confinamento e exclusão historicamente atribuída aos pacientes psiquiátricos.
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