NEGOCIAÇÃO E MEDIAÇÃO NAS AULAS DE ARTE

Autores

  • Caroline Weiberg IFSC
  • Marcos Villela Pereira PUCRS

DOI:

https://doi.org/10.5965/24471267322017026

Palavras-chave:

mediação, negociação, experiência, ensino da arte

Resumo

O objetivo deste artigo é explorar algumas considerações acerca da perspectiva das aulas de arte como um laboratório de negociação. Ao trabalhar com objetos, manifestações e imagens repletos de significados e sentidos – as obras de arte e os trabalhos realizados pelos alunos-, coloca-se como uma possibilidade ao professor agir como um mediador, adotando uma postura de negociação.  A negociação é entendida como encontros entre obra(s) e sujeito(s) que levem os sujeitos a reverem seus posicionamentos, provocando um novo pensar sobre o que era tido como dado, estabelecendo novas possibilidades para o que poderia já estar fixado. Toma-se como horizonte teórico a hermenêutica filosófica de Hans-Georg Gadamer, que não se aplica enquanto método, mas como teoria da compreensão que explora a dinâmica reflexiva entre o estranho e o familiar, deslocando os horizontes interpretativos dos sujeitos ao passo que produz experiências. Vai no caminho de entendimento da aula de arte como sendo um laboratório de negociação, propiciando situações que possibilitem que os sujeitos operem a partir de uma obra de arte (ou trabalho realizado em aula) e produzam sentido sobre ela. Como os sentidos das coisas não são dados, e sim atribuídos de maneiras distintas por cada sujeito, a atitude negociadora surge para ampliar as possibilidades de relação entre sujeitos e obras. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Caroline Weiberg, IFSC

Licenciada em Artes Visuais, Mestre em Educação, complementação de estudos em História da Arte na Universidade Pierre-Mèndes (Grenoble, França 2008-2009), é professora no Instituto Federal de Santa Catarina.

http://lattes.cnpq.br/4619399952385458

Marcos Villela Pereira, PUCRS

Licenciado em filosofia, Doutor em Educação, Professor Titular do Programa de Pós-Graduação em Educação da PUCRS, Pesquisador PQ/CNPq.

http://lattes.cnpq.br/2910880978387325

Referências

DE DUVE, Thierry. Cinco reflexões sobre o julgamento estético. Revista Porto Arte, Porto Alegre, v. 16, n. 27, nov. 2009, p.43- 65.

GADAMER, Hans-Georg. Verdade e Método I traços fundamentais de uma hermenêutica filosófica. 14. Ed. – Petrópolis, RJ: Vozes. Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2014.

GADAMER, Hans-Georg. Hermenêutica da obra de arte. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010.

HERMANN, Nadja. Ética & educação: outra sensibilidade. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2014.

HERMANN, Nadja. Ética e estética: a relação quase esquecida. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2005. Disponível em pdf no endereço eletrônico: http://www.pucrs.br/edipucrs/ aulo lização/colecaofilosofia/eticaeestetica.pdf.

KASTRUP, Virgínia. Entre o encontro e a provocação: a ação mediadora. In: MARTINS, Miriam Celeste; SCHULTZE, Ana Maria; EGAS, Olga (orgs.). Mediando [con]tatos com arte e cultura. São Paulo: Universidade Estadual Paulista – Instituto de Artes. Pós- graduação. São Paulo, v.1, n° 1, 2007, p.41-65.

MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa. Mediação cultural para professores andarilhos na cultura. 2ª Edição. São Paulo: Intermeios, 2012.

MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa. Conceitos e terminologia. Aquecendo uma transforma- ação: atitudes e valores no ensino de Arte. In: BARBOSA, Ana Mae. Inquietações e mudanças no ensino da arte. São Paulo: Cortez, 2007, p.49-60.

PEREIRA, Marcos Villela. Contribuições para entender a experiência estética. Revista Lusófona de Educação, 18, 2011, p.111-123.

PEREIRA, Marcos Villela. O limiar da experiência estética: contribuições para pensar um percurso de subjetivação. Pro-Posições, v. 23, n. 1 (67), jan./abr. 2012, p. 183-195.

PERROTI, Edmir. Entre formas e forças: práticas de formação cultural. In: MARTINS, Mirian Celeste; SCHULTZE, Ana Maria; EGAS, Olga (orgs.). Mediando [con]tatos com arte e cultura. São Paulo: Universidade Estadual Paulista – Instituto de Artes: Pós- graduação, v.1, nº 1, 2007, p. 119-125.

RORTY, Richard. Objetividade, relativismo e verdade. Tradução Marco Antônio Casanova. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1997.

SCARASSATTI, Marco. Entre a potência da arte e sua ativação cultural: a curadoria educativa. In: MARTINS, Mirian Celeste; SCHULTZE, Ana Maria; EGAS, Olga (Orgs.). Mediando [con]tatos com Arte e Cultura. Universidade Estadual paulista – Instituto de Artes. Pós-Graduação. São Paulo, v.1, nº1, novembro 2007. P. 66- 95.

ZIELINSKY, Mônica. Curadoria e mediação. In: Caderno Cultura, Jornal Zero Hora, 13 de setembro de 2003.

Downloads

Publicado

2017-07-10

Como Citar

WEIBERG, Caroline; PEREIRA, Marcos Villela. NEGOCIAÇÃO E MEDIAÇÃO NAS AULAS DE ARTE. Revista Apotheke, Florianópolis, v. 3, n. 2, 2017. DOI: 10.5965/24471267322017026. Disponível em: https://periodicos.udesc.br/index.php/apotheke/article/view/10087. Acesso em: 9 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos Seção temática