NEGOCIAÇÃO E MEDIAÇÃO NAS AULAS DE ARTE
DOI:
https://doi.org/10.5965/24471267322017026Palavras-chave:
mediação, negociação, experiência, ensino da arteResumo
O objetivo deste artigo é explorar algumas considerações acerca da perspectiva das aulas de arte como um laboratório de negociação. Ao trabalhar com objetos, manifestações e imagens repletos de significados e sentidos – as obras de arte e os trabalhos realizados pelos alunos-, coloca-se como uma possibilidade ao professor agir como um mediador, adotando uma postura de negociação. A negociação é entendida como encontros entre obra(s) e sujeito(s) que levem os sujeitos a reverem seus posicionamentos, provocando um novo pensar sobre o que era tido como dado, estabelecendo novas possibilidades para o que poderia já estar fixado. Toma-se como horizonte teórico a hermenêutica filosófica de Hans-Georg Gadamer, que não se aplica enquanto método, mas como teoria da compreensão que explora a dinâmica reflexiva entre o estranho e o familiar, deslocando os horizontes interpretativos dos sujeitos ao passo que produz experiências. Vai no caminho de entendimento da aula de arte como sendo um laboratório de negociação, propiciando situações que possibilitem que os sujeitos operem a partir de uma obra de arte (ou trabalho realizado em aula) e produzam sentido sobre ela. Como os sentidos das coisas não são dados, e sim atribuídos de maneiras distintas por cada sujeito, a atitude negociadora surge para ampliar as possibilidades de relação entre sujeitos e obras.
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